Windows 7 ou Cairo 2.0
Cairo era o nome do "sistema operacional para acabar com todos os sistemas operacionais" que a Microsoft prometeu no começo dos anos 90. Cairo era uma das cartas da "mão imaginária" com a qual a Microsoft blefou por boa parte dos anos 90.
Cairo era o blefe buzzword-compliant contra o qual os produtos da época eram comparados.
Cairo teria um sistema de arquivos orientado a objetos totalmente indexável e buscável. Seria também programado usando orientação a objetos (precisava ser, para ser tão interessante quanto o NeXT - que veio a ser o OSX, que usa mais ou menos, as mesmas ferramentas de desenvolvimento da NeXT) e uma GUI orientada a objetos (como o NeXT e o OS/2 2.0). Também empregaria conceitos de computação distribuída inspirada nos clusters VAX da Digital (que Deus a tenha). No pacote ainda estavam serviços de mensagens e um sistema de diretório.
No final, Cairo funcionou. Nunca existiu, mas partes dele foram incorporadas a produtos reais vários anos depois. Partes dele ainda serviram para deixar o Windows Vista mais apetitoso, até serem finalmente deixadas de lado. O papel decisivo foi, no entanto, impedir que a competição tomasse mercado, apesar de ter produtos reais que pareciam menos atraentes do que o produto imaginário da Microsoft.
Acabo de ler a notícia de que telas do Windows 7 Beta foram vazadas. (e rapidamente removidas por ordem da Microsoft).
Nota: Há algumas telas na Wikipedia.
Windows 7 é, como todos esperavam, baseado no Windows Vista. Ainda pode mudar de cara um pouco, mas é mais ou menos por aí. Tem IE8, programas usando o ribbon do Office 2007 (isso vai ser um problema de usabilidade pros outros sistemas, que precisam ser compatíveis com os usuários de Windows). Tem um Windows Media Player mais leve (ou, pelo menos, mais rápido de iniciar - o do XP já sofre de "mal de Emacs" - o Windows Media Player é um bom sistema operacional mas o tocador de música dele é muito ruim) e uma calculadora que é até interessante.
Windows 7 não vai competir diretamente com nada que temos hoje. Até seu lançamento em 2010, a Apple tem tempo para lançar o Snow Leopard, revertendo o timing desfavorável do lançamento do Leopard, meses depois do Windows Vista. Até 2010, devem também rolar mais 3 ou 4 releases de Ubuntu, que, a essa altura, deve ter conquistado mais corações e mentes. A próxima, o Intrepid Ibex já está aparecendo bem por aí e é bem interessante. Até que um Ubuntu se encontre com um Windows 7 já teremos passado por Jaunty Jackalope e pelas letras "K", "L" e "M".
Fora isso, a HP (talvez querendo baixar o custo das suas licenças de OEM de Windows) está cogitando publicamente desenvolver seu próprio Linux. Que pode ser muito bom - a HP tem um Unix de ótima reputação para Itanium e PA-RISC e, com o fantasma da SCO devidamente exorcisado, não há nada que a impeça de integrar coisas dele ao Linux para sua linha de servidores entry-level. Embora a movimentação seja em torno de desktops e portáteis, seria inocente achar que um esforço assim se limitaria necessariamente a eles.
É melhor Redmond correr.
"Instituto da Língua Comprida" informa...
Há rumores de que a Microsoft irá lançar o Windows 7 no ano que vem. Se isso for verdade (o que eu duvido), que os usuários de Windows se preparem para o "Windows Vista 2: a missão" ou "Windows Millennium 3"... seria mais um sistema mal-acabado, pesado e com aqueles rombos de segurança que nós conhecemos e amamos.
A HP negou que estivesse desenvolvendo um sistema operacional, mesmo baseado em Linux. Mas que a Microsoft vai ficar pra trás, isso vai. Já são 8 milhões de usuários do Ubuntu, segundo a Canonical, e do jeito que o Vista decepcionou, tem muito mais gente migrando para o Ubuntu (em tempo, eu uso Arch Linux). Apesar de eu achar que a qualidade do Ubuntu vem declinando desde a versão 6.06 (que eu ainda tenho e uso de vez em quando), ele ainda é muito mais leve e eficiente que o Windows Vista.
O Windows 7 vai continuar com aquele visual horroroso? Aquilo me dá dor de cabeça...