Ubuntu e o tempo de boot
Não é lenda que máquinas Linux quase nunca bootam. Assim sendo, o tempo que elas levam para ficar disponíveis depois de serem ligadas é despresível comparado com o tempo em que você fica usando a máquina. Infelizmente, nem todo mundo pode deixar seu computador ligado, suspenso ou hibernando todo o tempo. Eu prefiro desligar meu netbook quando não vou usá-lo por algumas horas e, por conta disso, tenho que passar por uma "partida a frio" do computador quando quiser usá-lo de novo.
Pensando nesses usuários, o pessoal da Red Hat e da Canonical tem feito enormes progressos na redução do tempo de partida de nossos computadores. O vídeo abaixo (tirado daqui) mostra um Thinkpad com "disco" flash indo do auto-teste ao browser em pouco mais de 20 segundos.
Bootar de um disco de verdade deve demorar mais, mas, ainda assim, estou impressionado com o resultado.
Se pelo menos o Vista fizesse isso depois de um BSOD...
Biodiversidade, parte 2
Algum (bastante) tempo atrás, eu, entre muitos outros, alertei sobre o risco que corremos quando adotamos computadores iguais rodando todos os mesmos programas. Alertei, particularmente, para o risco de uma plataforma completamente alheia à idéia de segurança ser a plataforma majoritária em nossa quase monocultura.
Bom...
Primeiro de abril chegou, passou e nada aconteceu. Confickers por todo o planeta passaram a se atualizar de uma forma diferente e um pouco mais complicada. Mas nada aconteceu.
Agora começam a chegar relatos de que eles estão baixando um pacote com suas funcionalidades. Ainda não há muita informação sobre o que ele é e o que ele faz, mas PCs - milhões deles - espalhados pelo planeta estão recebendo suas ordens.
Daqui do alto de um sistema operacional seguro eu poderia me apegar à ilusão de que eu estou cruzando a Mach 3, cinquenta mil pés acima das tempestades a que os usuários de outras plataformas estão sujeitos. O único problema é que isso não é verdade.
Embora meu notebook seja virtualmente à prova de vírus, eu ainda enfrento o bombardeio de spam, as cerca de 10 tentativas (fúteis) de invasão por segundo de meu servidor pessoal e compartilho minha banda com dezenas ou centenas de botnets que saturam os encanamentos da internet. 83% dos e-mails que batem em meu servidor são spam e apenas uma pequena fração deles vêm de data-centers de verdade.
Máquinas mal-administradas são um problema não só para seus donos, que têm suas contas roubadas, sua banda e seus computadores saturados porque estão fazendo coisas que não deveriam estar fazendo, mas de todos nós que sabemos como se faz para não ter nossos computadores invadidos. Não fomos nós que criamos o problema, mas teremos, ainda assim, que aturá-lo.
Máquinas inseguras são a causa de mais de 80% da "poluição ambiental" da internet.
Depois ainda me perguntam por que eu acho que deixar a própria máquina fazer parte de um botnet deveria ser crime...
Cosmética veterinária
Steve Ballmer é uma figura adorável.
Bom... Pelo menos eu me divirto muito com ele.
Desde o mantra "developers, developers, developers" (vindo de quem é um cara de vendas) até ele dizer que entre desenvolvedores é onde ele fica mais feliz. E, claro, os escorregões.
Essa semana ele mencionou, casualmente, que o Windows 7 seria o "Windows Vista, só que muito melhor". Não é novidade. Já foi dito que o Windows 7 não usaria o kernel MinWin (outro vaporware). Em resumo, aparentemente, o Windows 7 é o Windows Vista com um UAC um pouco menos intrusivo e sem muitas das coisas que são normalmente instaladas no Vista. Você instala um Windows 7, baixa uma porrada de coisas e tem um... Windows Vista. Aquele produto que simplesmente voa das prateleiras e que todos desejam a ponto de mais ou menos 30% dos usuários preferirem pagar mais caro pelo mesmo computador, só para que ele venha com Windows XP.
Isso explica o curto ciclo de desenvolvimento. O Windows 7 sai em 2010.
Não era para demorar mesmo. A tradição tem mostrado que bastam duas pessoas para fazer isso: uma segura o porco e a outra passa batom nele.
E pronto. O Windows 7 já pode até ser lançado.